domingo, 16 de agosto de 2015



Still Alice - E se você perdesse sua identidade?


Em sua definição identidade é um “conjunto de características que distinguem uma pessoa ou uma coisa e por meio das quais é possível individualizá-la”, porém, e se você descobrisse uma doença na qual faria aos poucos perder sua identidade ao ponto de nem ao menos se auto reconhecer? No filme Still Alice (Para Sempre Alice, em português), Alice é uma professora universitária e bem sucedida de linguistica que descobre ainda jovem o Mal de Alzheimer precoce. Pouco a pouco, a docente esquece coisas básicas do dia-a-dia, quem é sua familia, até perder totalmente a memória sem nem ao menos saber quem ela mesmo é, mesmo tendo lutado todos os dias para tentar manter que ela era antes da doença.
A nossa identidade faz quem nós somos, juntando nossas características construídas ao longo da vida  que se moldam em função das interações em sociedade e da cultura que estamos inseridos e, principalmente, da acumulação de nossas memórias. “Preferia ter cancer do que me tornar na sociedade uma… esqueci a palavra”, na fala de Alice está presente a preocupação de se tornar algo que a sociedade não irá conseguir lidar, irá evitar e temer. Perder sua identidade, pra ela, é tão mais terrível do que ter uma doença que causa grandes dores físicas; assim como se segue em seu último discurso:
“Quem nos leva a sério quando estamos tão diferentes do que éramos? Nosso comportamento estranho e fala confusa mudam a percepção que os outros têm de nós e a nossa percepção de nós mesmos. Tornamo-nos ridículos. Incapazes. Cômicos. Mas isso não é quem nós somos. Isso é a nossa doença. E como qualquer doença, tem uma causa, uma progressão, e pode ter uma cura. Meu maior desejo é que meus filhos, nossos filhos, a próxima geração não tenha que enfrentar o que estou enfrentando. Mas, por enquanto, ainda estou viva.”



Natália de Lima

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