domingo, 16 de agosto de 2015

A primeira impressão.

A primeira aula foi uma surpresa. Logo de início a Andrea pediu para os participantes fazerem um círculo com suas respectivas cadeiras, procedimento incomum em disciplinas obrigatórias do BCH, onde as salas costumam ficar abarrotadas. Esse procedimento logo incomodou os alunos passivos, acostumados (talvez viciados) ao padrão escolar, onde os “sem luz” se sentam em frente ao mestre, esperando a informação ser cuspida. As cadeiras restantes foram jogadas no meio da sala, de uma maneira desorganizada, causando certo estranhamento por parte dos alunos. Esse pequeno ato transgressor despertou os mais variados sentimentos nos estudantes, desde o clássico “ah, essa professora não fala nada com nada, mas me dá um A”, até os que ficaram maravilhados com a obra. A maneira com que cada aluno se deparou com a obra reflete sua relação com a universidade e com a sociedade. As infinitas maneiras de interpretação do ato transgressor que passaram por minha cabeça fazem contraste com o colega que murmurou “coitada das tias da limpeza”. Quão tediosa deve ser a mente de quem apenas viu ali uma desorganização de determinado padrão social, talvez até naturalizado, entretanto, o ato pode ter sido o estopim para a reflexão e desconstrução desse padrão na subjetividade desse ser. Existe a crítica ao modelo clássico de ensino na própria UFABC, entretanto as críticas são feitas dentro desse padrão, perpetuando-o. A performance da aula foi um passo além, principalmente por pegar desprevenidos muitos alunos que, apesar de críticos, não chegam a fazer uma auto-reflexão acerca da instituição em que estão inseridos.
- Ricardo Oliveira Zanchetta.

E essas empresas querem o que ?


Ultimamente inúmeros eventos gratuitos vêm acontecendo em SP promovido por empresas, esses eventos são patrocinados e ou financiados por grandes empresas. Mas porque grandes empresas estão se preocupando em promover cultura ?
Após comparecer em dois eventos, um promovido pela TIM (TIM music na rua) e outro pela Nívea (Nivea Viva Tim Maia) fui pesquisar e compreender melhor esse fenômeno.

O que está acontecendo é que essas empresas estão se utilizando de uma lei de incentivos fiscais para promover esses eventos, a lei denominada A Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313 de 23 de dezembro de 1991) é a lei que institui politicas públicas para a cultura nacional, como o PRONAC - Programa Nacional de Apoio à Cultura. Essa lei é conhecida também por Lei Rouanet (em homenagem a Sérgio Paulo Rouanet, secretário de cultura de quando a lei foi criada).

As diretrizes para a cultura nacional foram estabelecidas nos primeiros artigos, e sua base é a promoção, proteção e valorização das expressões culturais nacionais.

O grande destaque da Lei Rouanet é a política de incentivos fiscais que possibilita as empresas (pessoas jurídicas) e cidadãos (pessoa física) aplicarem uma parte do IR (imposto de renda) devido em ações culturais.

O percentual disponível de 6% do IRPF para pessoas físicas e 4% de IRPJ para pessoas jurídicas, ainda que relativamente pequeno permitisse que em 2008 fossem investidos em cultura, segundo o MinC (Ministério da Cultura) mais de R$ 1 bilhão.

A lei surgiu para educar as empresas e cidadãos a investirem em cultura, e inicialmente daria incentivos fiscais, pois com o benefício no recolhimento do imposto a iniciativa privada se sentiria estimulada a patrocinar eventos culturais, uma vez que o patrocínio além de fomentar a cultura, valoriza a marca das empresas junto ao público.

No entanto, há críticas à lei. A critica principal é que o governo, ao invés de investir diretamente em cultura, começou a deixar que as próprias empresas decidissem qual forma de cultura merecia ser patrocinada. Outras criticas incluem a possibilidade de fundos serem desviados inapropriadamente


Os incentivos da União (governo) à cultura somam 310 milhões de reais: R$30 milhões para a Funarte e R$280 milhões para a Lei Rouanet (porcentagem investida diretamente pela União), enquanto o incentivo fiscal deixa de adicionar aos cofres da união cerca de R$ 1 bilhão por ano (2009).


 Criolo e Ivete no show "Viva Tim Maia" promovido pela Nívea 




Otto e Tiê no evento "Tim Music na Rua" produzido pela empresa de telefonia TIM


Still Alice - E se você perdesse sua identidade?


Em sua definição identidade é um “conjunto de características que distinguem uma pessoa ou uma coisa e por meio das quais é possível individualizá-la”, porém, e se você descobrisse uma doença na qual faria aos poucos perder sua identidade ao ponto de nem ao menos se auto reconhecer? No filme Still Alice (Para Sempre Alice, em português), Alice é uma professora universitária e bem sucedida de linguistica que descobre ainda jovem o Mal de Alzheimer precoce. Pouco a pouco, a docente esquece coisas básicas do dia-a-dia, quem é sua familia, até perder totalmente a memória sem nem ao menos saber quem ela mesmo é, mesmo tendo lutado todos os dias para tentar manter que ela era antes da doença.
A nossa identidade faz quem nós somos, juntando nossas características construídas ao longo da vida  que se moldam em função das interações em sociedade e da cultura que estamos inseridos e, principalmente, da acumulação de nossas memórias. “Preferia ter cancer do que me tornar na sociedade uma… esqueci a palavra”, na fala de Alice está presente a preocupação de se tornar algo que a sociedade não irá conseguir lidar, irá evitar e temer. Perder sua identidade, pra ela, é tão mais terrível do que ter uma doença que causa grandes dores físicas; assim como se segue em seu último discurso:
“Quem nos leva a sério quando estamos tão diferentes do que éramos? Nosso comportamento estranho e fala confusa mudam a percepção que os outros têm de nós e a nossa percepção de nós mesmos. Tornamo-nos ridículos. Incapazes. Cômicos. Mas isso não é quem nós somos. Isso é a nossa doença. E como qualquer doença, tem uma causa, uma progressão, e pode ter uma cura. Meu maior desejo é que meus filhos, nossos filhos, a próxima geração não tenha que enfrentar o que estou enfrentando. Mas, por enquanto, ainda estou viva.”



Natália de Lima

Ódio ao futebol moderno !


Atualmente o futebol passa por um processo de crise e reformulação. O Brasil que antes era denominado o “país do futebol” hoje já não tem o mesmo poder em frente aos seus adversários.  Mas porque isso está acontecendo ? Como podemos reverter isso ?

Não é de hoje que o futebol vem se distanciados de camadas mais populares da sociedade e vem se tornando cada vez elitizado. A copa do mundo que teoricamente deveria ser um evento para o povo brasileiro em um modo geral acabou distanciado o povo cada vez mais o povo mais humilde.

Em virtude disso essa camada da população vem buscando novas alternativas de viver o esporte sem todo o comercio em volta e sim vivendo emoções, compartilhando momento com amigos, família e com o entusiasmo de fazer parte de algo tradicional na vitoria e na derrota. Minha experiência com esse novo tipo de futebol vem acontecendo na Rua Javari no Bairro da Mooca em SP, onde o Juventos, time tradicional com fundação em 1924 não tem os maiores títulos em sua historia, mas contém uma forte tradição em SP.


O time que joga a terceira divisão do campeonato paulista e tem jogos normalmente às 10h da manhã de Domingo contém média de público de 3mil pessoas e é um ótimo programa para famílias, onde muitos pais levam seus filhos e filhas para mostrar a importância da tradição e do verdadeiro espírito do futebol.

Leituras sugeridas



http://impedimento.org/tag/odio-eterno-ao-futebol-moderno/